Ontem conheci a música Naquela Rua, interpretada pela
cantora Marcela Taís (você pode conferir a música neste link: https://www.youtube.com/watch?v=B6g4LEWDVT0
). Ela mostra como era a vida na infância, a rua cheia de crianças brincando, a
proximidade dos vizinhos, do tête-à-tête, dos dias que eram diferentes uns dos
outros, da conversa na varanda, das flores no quintal e de como tudo isso deixava as pessoas felizes.
Essa música me fez lembrar da infância, da rua em que vivi
boa parte da vida. No quintal tinha muitas plantas, inclusive o pé de manga,
que era o meu segundo preferido, já que a goiabeira ficava em primeiro lugar
com a casinha na árvore (na verdade, eram duas ou três tábuas colocada entre os
galhos para os primos, mano e eu sentarmos pra nossa reunião de clubinho, mas
era o máximo pra gente.)
De vez em quando, minha mãe deixava a gente brincar na rua,
mas só quando estava em casa. Era queimada, pique-pega, salve-bandeirinha, amarelinha,
pique-esconde... ah, que tempo bom.
Minha mãe trabalhava o dia todo e eu, a mais velha,
olhava o meu irmão, três anos mais novo do que eu. Lembro que, depois do
almoço, enquanto minha mãe se arrumava para voltar ao trabalho, ficava deitada
na cama dela e conversávamos. Às vezes ela falava:
Ela: - “Ah, que vontade de deitar e ficar em casa.”
Eu: - “Então, deita. Fica em casa hoje.”
Ela: - “Não posso, preciso trabalhar, tenho responsabilidades.”
Eu: - “Pode, sim, mãe! A vida é tão fácil, vocês, adultos, que complicam.”
Eu via as coisas de uma forma tão descomplicada, simples.
Carregava uma esperança dentro de mim como se tudo sempre fosse dar certo, afinal
de contas, era filha de um Pai grandão, do tamanho do mundo e que sempre sorria
para mim quando olhava para o céu e sorria para Ele ou mesmo quando passava um
tempo conversando e abrindo meu coração.
Tenho a impressão que fiz parte da última geração de
pessoas que, quando criança, brincou de casinha na árvore, de soltar pipa, de
boneca e comidinha. Talvez as crianças do interior ainda brincam pra valer enquanto, nos grandes centros, os pequenos estão mais sedentários diante do videogame,
celular e aparelhos eletrônicos, que substituíram o carrinho e a boneca. Não
sei como é o olhar dessa garotada no mundo pós-moderno.
Porém, sei que meu olhar era diferente! Tudo era mais leve e fácil. Ainda hoje, em algum momento, lembro daquela garotinha e de seus sentimentos. Contudo, percebo que não posso perder aquele olhar. “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 18:3)
Viu como é sério? Você lembra alguma coisa de sua infância?
Como enxergava o mundo e como era puro? E hoje, como é seu olhar?
Ore a Deus e peça para ser como uma criança. Ele vos concederá. Vamos olhar como as crianças? Que tal?
Ore a Deus e peça para ser como uma criança. Ele vos concederá. Vamos olhar como as crianças? Que tal?